sábado, 8 de março de 2014

Fluxo

Teus olhos são poços fundos.
Que disfarçam-se, convidativos,
tal como as canções suaves
que me embalam gentilmente.
E de repente me fazem chorar.

Olhar-te, é desejar
que meu rio esverdeado
desague no teu, tão lindo
Que é de uma escuridão
que atrai todo meu ser.

Mas existe uma rocha
demasiado grande, pesada
Que separa nossas águas.
e impede que eu despenque
como cachoeira sobre ti.

Já está ficando noite.
Talvez nunca mais te veja.
Vem, tira esta pedra comigo.
Para que nossas águas, enfim
se encontrem e se beijem.

E para sempre circulem,
livremente entre nós.




2 comentários:

  1. Que lindo, Karina! Adorei! Que imagem linda você construiu com palavras!
    Bjs,
    Ana Paula.

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  2. Ler esta poesia ouvindo Apocalyptica definitivamente foi uma experiência sublime...

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